Papa Bento VXI - Maio/2007

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Pacto pela Juventude : O que é?


PACTO PELA JUVENTUDE: O BRASIL PRECISA, A JUVENTUDE QUER!
Em abril de 2008, dois mil delegados e delegadas ecoaram as 400 mil vozes dos participantes do processo da 1ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude. Durante oito meses, milhares de propostas foram debatidas em diferentes etapas: conferências livres, consulta aos povos e comunidades tradicionais, conferências municipais, estaduais e nacional. Em cada uma dessas etapas, foram aprovadas resoluções e prioridades, que se encontram disponíveis para o debate público e expressam as demandas e expectativas da juventude brasileira para que seus direitos sejam plenamente garantidos.
O Pacto pela Juventude é uma proposição do Conselho Nacional de Juventude aos governos (federal, estaduais e municipais) e aos candidatos a prefeito e vereador, para que se comprometam com as Políticas Públicas de Juventude nas suas ações de governo e plataformas eleitorais, respectivamente.
O desafio é traduzir as demandas identificadas nas conferências em propostas,
iniciativas, programas e projetos de âmbito nacional, estadual e municipal, tendo como referência os seguintes parâmetros na implementação das políticas públicas de
juventude:
Jovens como sujeitos de direitos: as políticas públicas de juventude se justificam e se orientam pelo atendimento às necessidades dos e das jovens, não por uma compreensão de que eles e elas são “incompletos” ou “problemáticos”. Assim, estas políticas não devem ter como objetivo proteger ou controlar suas vidas. O reconhecimento de seus direitos deve estar alicerçado em uma perspectiva ampla de garantia de uma vida social plena e de promoção de sua autonomia.
Faixa etária: No Brasil são consideradas jovens as pessoas com idade entre 15 e 29 anos. Mas não se pode perder de vista a existência de faixas etárias intermediárias.
Os desafios colocados para os jovens de 16 anos são bastante distintos dos colocados para os jovens de 24 ou 29 anos, e este fato deve se refletir nas políticas.
A valorização da diversidade juvenil: É preciso reconhecer que um contingente de 50,5 milhões de pessoas, entre 15 e 29 anos, num país continental como o Brasil,comporta inúmeras diferenças de condições de vida, de identidade, formas de organização e expressão. Ao invés de criar rótulos e estereótipos, devemos reconhecer e valorizar a diversidade (de gênero, raça e etnia, orientação sexual,jovens com deficiência, rurais e urbanos, opção religiosa e de comunidades tradicionais, por exemplo) como traço marcante da juventude brasileira, mas também gerar condições para a superação das desigualdades sociais e econômicas. Estas sim devem ser combatidas.
Políticas públicas articuladas e integradas: As políticas públicas de juventude devem ter caráter redistributivo, ou seja, devem estar orientadas para diminuir as desigualdades entre os jovens e outros segmentos etários e dos jovens entre si. Estas políticas têm que servir também para assegurar direitos, potencializar talentos e valorizar a condição juvenil, independentemente da condição social. Para isso, devem ser implementadas, simultaneamente: políticas universais que levem em conta as demandas e singularidades juvenis (como a educação pública e a saúde), políticas emergenciais (apresentando novas chances aos jovens em situação de maior vulnerabilidade social) e políticas específicas (que reconheçam e promovam o potencial e as particularidades da condição juvenil).
Transversalidade das políticas: A vida cotidiana não é dividida em departamentos. Mas o Estado é. Por isso, geralmente, temas que deveriam andar juntos, acabam espalhados em Secretarias e Ministérios diferentes. Tratar as questões juvenis de modo transversal significa integrar objetivos e ações das políticas públicas. Mais do que uma pauta exclusiva dos órgãos institucionais de Juventude, os jovens devem ser tratados como um assunto estratégico por todo o governo.
Desenvolvimento integral: A juventude não é apenas uma passagem para o mundo adulto. Mais do que uma preparação para o futuro, a vivência juvenil é uma realidade no presente e, na contemporaneidade, combina processos formativos com processos de experimentação e construção de trajetórias nos mais diversos âmbitos. Para garantir um desenvolvimento integral, as políticas públicas devem se orientar pelo reconhecimento de que a escola, o trabalho, a cultura e as tecnologias de informação estão relacionadas, especialmente a partir das transformações sociais e dos avanços científicos dos últimos vinte anos.
Criação de órgãos especializados em Juventude: Fortalecer as políticas públicas de juventude implica responsabilidades diretas e específicas com a implementação de projetos e programas que levem em conta as demandas específicas da atual geração de jovens. Por isso, é indispensável a constituição de assessorias, coordenadorias ou secretarias no âmbito do Poder Executivo, com atribuições específicas na coordenação e articulação destas políticas.
Participação e Conselhos de Juventude: Promover o direito à participação é indispensável para o sucesso e efetividade de uma política de juventude. Ampliar os canais de diálogo com os movimentos juvenis e demais organizações da sociedade civil vinculadas ao tema, por meio do fortalecimento e criação dos Conselhos de Juventude (estaduais e municipais) e realização de Conferências é fundamental. À juventude cabe um papel ativo na formulação, monitoramento e avaliação dos projetos e programas. O sentido desta participação deve extrapolar os limites das políticas de juventude e vincular o debate em torno de um projeto de desenvolvimento local e nacional.
PACTO PELA JUVENTUDE: EU ASSUMO ESSE COMPROMISSO!

Pacto pela Juventude

A tecnologia do abraço


A TECNOLOGIA DO ABRAÇO
O matuto falava tão calmamente, que parecia medir, analisar e meditar sobre cada palavra que dizia...
- É... das invenção dos hômi, a que mais tem sintidu é o abraço. O abraço num tem jeito dum só pruveitá! Tudo quanto é gente, no abraço, participa duma beradinha... Quandocê tá danado de sordade, o abraço de arguém ti alivia... Quando ocê ta danado de réiva, vem um, te abraça e ocê fica até sem graça de continua cum réiva... Si ocê tá filiz e abraça arguém, esse arguém pega um poquimnda sua legria... Si arguém tá duente, quandocê abraçele, ele começa a miorá, i ocê miora junto tomem... Muita gente importante e letrada já tento dá um jeito de sabe prumódiquê qui o abraço tem tanta tequilonogia, mais ninguém inda discubriu usegredo... Mas, iêu sei! Foi um isprito bão de Deus qui mi conto... iêu vô conta procêis uqui foi qui ele mi falo:
O abraço é bão prucausa do Coração... Quandocê abraça arguém, faismassage no coração!... l o coração do ôtro é massagiado tomem!
Mais num é só isso, não... Aqui tá a chave du maio segredo de tudo: É qui, quanduabraçamo arguém, nóis fiquemo tudo é com dois coração no peito!... Um agazáia o ôtro e nóis tudo fiquemo quentinho cádentrodinóis. Brigadu pêlos seus abraço, pelasuamizádi e purnossos camin ter si cruzado nesta vida. Inté!
(Deuzducér... quemquiscrivinhô essa furmuzura?!!!)

Orientações para o DNJ


O DIA NACIONAL DA JUVENTUDE de 2008 (DNJ 2008) será celebrado por todas as Dioceses do Brasil em 19 de outubro. Na diocese de Uberlândia as atividades serão organizadas em cada paróquia para promover uma maior integração entre os jovens participantes das comunidades paroquiais.
A Santa Missa será sempre a atividade principal para ser realizada. A celebração deverá ser preparada com carinho para receber os jovens participantes da comunidade e motivar aqueles mais ausentes para retornarem à comunidade.
Outras atividades devem ser desenvolvidas neste dia. Sugerimos dentre elas: manhã de reflexão e oração; passeios (ex. Parque do Sabiá); visitas ao asilo, creche, etc.; atividades recreativas; campanhas de arrecadação; etc.
O DNJ deste ano quer dar continuidade ao ciclo de debates e celebrações começadas com a Campanha da Fraternidade da CNBB e com o centenário do nascimento de Dom Helder Câmara. Temos a felicidade de fazer memória de seu legado no Centenário de seu nascimento, cujas festividades estão acontecendo em tantos lugares do Brasil. .
Com o tema "JUVENTUDE E MEIO DE COMUNICAÇÃO", e o lema: "Queremos pautar as razões de nosso viver!", o DNJ 2008 quer mostrar toda visão equivocada sobre a juventude, e queremos colocar na pauta de discussões da mídia, da sociedade, e da igreja, a verdadeira realidade dos jovens, e anunciar seus sonhos e todas as razões do seu viver: justiça, vida digna, liberdade, PAZ para todas as criaturas.
Por isso se sugere para a celebração e demais atividades que haja muita poesia, partilha e oração. Mãos à obra!!! Que nossa juventude "tenha vida e vida em abundância"!
Mais informações em:
www.pjuberlandia.blogspot.com
www.casadajuventude.org.br
www.ccj.org.br

Liturgia do DNJ 2008


Na liturgia do DNJ veremos o profeta Isaías anunciar que Deus conhece e chama cada jovem pelo próprio nome (Is 45,1.4-6). Deus reconhece o valor de cada pessoa não sendo necessário que ela se enquadre neste ou naquele perfil, contrariando assim o modelo apresentado pelos meios de comunicação. Somos convidados a refletir nos encontros sobre o que a mídia fala dos jovens, como os jovens analisam a mídia e como podemos juntos promover a democratização dos meios de comunicação e pensar em nossos próprios meios de comunicar a vida.
O apóstolo Paulo, durante a segunda leitura, falará ao jovem Timóteo sobre o amor. Amor que procede do coração puro, de consciência boa, e de fé sem hipocrisia. Queremos que os jovens possam se encontrar para um momento de reflexão permeado pela Palavra de Deus, com muita animação e criatividade.
O evangelista mostrará Jesus em Jerusalém, por ocasião da Páscoa dos judeus. As perseguições que já vinha sofrendo na Galiléia, agora se aguçam com várias investidas dos chefes dos sacerdotes, fariseus e dos anciãos, proprietários de terras. Dirigem-se a Jesus com um acúmulo de elogios que já deixam transparecer a falsidade. São palavras cheias de malícia. Perguntam se devem pagar o imposto a César. Esperavam de Jesus uma resposta negativa, um ato de insubordinação, o que lhe mereceria a condenação por parte do império romano.
Jesus pede que mostrem a moeda do imposto. Este devia ser pago em moeda romana, o denário. As moedas, correntes no comércio, eram os "out-doors" de propaganda do império, cunhadas com imagens e inscrições que exaltavam o imperador. Jesus questiona de quem é a figura e a inscrição na moeda e, com a resposta, conclui: "Devolvei, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus".
A sutil resposta de Jesus, remove o caráter divino do imperador: César e Deus são colocados separadamente. Por outro lado Jesus, com sua resposta, devolve a questão aos seus provocadores. Cabe a eles julgarem o que é de César e o que é de Deus. Sem dúvida poderão perceber que devolver a César o que é de César é erradicar de suas mentes toda ambição de riqueza e a idolatria do dinheiro. Devolver a Deus o que é de Deus é libertar seu povo e promover-lhe a vida, o que é a vontade e o projeto de Deus para toda a humanidade.
A liturgia para o DNJ será: Evangelho = Mt 22,15-21; Leituras = Is 45,1.4-6 e 1Tm 1,1-5b; e o Salmo será o 96(95).

O celular e a Bíblia


Já imaginou o que aconteceria se tratássemos a nossa Bíblia do jeito que tratamos o nosso celular?
E se sempre carregássemos a nossa Bíblia no bolso ou na bolsa?
E se déssemos uma olhada nela várias vezes ao dia?
E se voltássemos para apanhá-la quando a esquecemos em casa, no escritório… ?
E se a usássemos para enviar mensagens aos nossos amigos?
E se a tratássemos como se não pudéssemos viver sem ela?
E se a déssemos de presente às crianças?
E se a usássemos quando viajamos?
E se lançássemos mão dela em caso de emergência?

Teatro: Bíblia - Fonte de Vida!


Teatro para o mês da Bíblia. Pode ser adaptado para diversos momentos e locais.
São necessários ao menos 10 personagens.
Material: folhas xerocadas da Bíblia e música de fundo.

(O personagem Luis se apresenta trajado com folhas da bíblia - coladas em seu corpo)

Luis: Os cristãos têm nas mãos um grande tesouro: a Bíblia. Ela é a força de cada cristão e da Igreja.Mas não é sempre dessa forma que é vista a Sagrada Escritura. Em muitos casos, ela passa de fonte de vida para se tornar apenas uma fonte de pesquisa. Vejam só.

(O jornaleiro está gritando no palco. Entra uma senhora)

Jornaleiro: Extra! Extra! Surgem novas descobertas a respeito da formação da Bíblia.
Extra! Leiam jornal de hoje!

Senhora: O que Menino? É isso que o jornal de hoje está dizendo a respeito da Bíblia? Dê-me um exemplar.

Jornaleiro: Sim senhora. (Entrega o jornal) Mas, perdoe-me a intromissão, a senhora Iê a Bíblia?

Senhora: Eu tenho muita fé, mas quase não tenho tempo de ler a Bíblia.

Jornaleiro: É muito estranho! Como é que a senhora tem fé se não lê a Palavra de Deus?

Senhora: Ah, mas olha só! Já quer me dar lições? Eu sou muito mais experiente do que você, seu moleque!

Jornaleiro: Desculpe-me senhora. Sou apenas um jornaleiro que já aprendeu na catequese que na Bíblia está presente o próprio Cristo! Longe de mim faltar-lhe com o respeito!

Senhora: Vá, vá vender seu jornal, menino, e não perca tempo!

Jornaleiro: (Balança o ombro) Extra! Extra! Surgem novas descobertas a respeito da formação da Bíblia. Extra...

(Saem e entra Luis)

Luis: Entenderam?! E isso que está acontecendo hoje. Há algum tempo atrás falávamos em tirar a Bíblia do armário para limpar a poeira. Isso mesmo. Pura ignorância! A Palavra de Deus, para o homem e a mulher de fé, é para ser lida, meditada, levada a sério, já que ela apresenta a história de um povo que lutou, guiado pela máo de Deus em seu processo de libertação. Trata-se da história mais importante do mundo, que deve ser conhecida por todas as pessoas dos cinco continentes.

(Sai Luis - sobe o volume de uma trilha musical enquanto entram umas pessoas com a Bíblia aberta na mão)

Geovani: A Palavra de Deus é luz!

Cleidir: Sim, Ela ilumina nossos caminhos para uma vida coerente e fiel aos planos de Deus.

Jocimare: A Palavra de Deus é uma semente!

Fábio: Ela faz germinar em nossos corações as virtudes dos homens de bem.

Mauri: A Palavra Deus é fortaleza!

Paulo: Ela ajuda a superar as provações impostas pela sociedade materialista em que vivemos.

Dante: A Palavra de Deus é como água pura!

Cláudio: Ela limpa nossos corações de toda maldade.

(As pessoas descem no meio do público para que os presentes toquem a Bíblia, com gesto de respeito, enquanto se canta um canto bíblico. Terminado o canto entra Luis)

Luis: Na segunda carta de São Paulo a seu amigo Timóteo, assim fala o apóstolo:
"Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito e capacitado para toda boa obra"

(Entram pessoas que, entrevistadas, dão seu testemunho sobre a Bíblia)

Luis (Entrevistador): Amiga Nilce, você que é catequista de nossa comunidade, o que tem a dizer a respeito da Bíblia?

Nilce: Foi através da leitura da Bíblia que a minha família descobriu o valor da união e do amor a Deus,

Comunidade: (Três pessoas) Senhor, tua Palavra é luz para nosso caminho!

Luis: Mário, você já mostrou-se inconformado por sua filha ter mudado de religião. É verdade?

Mário: Sim, mas a Palavra de Deus ajudou-me a perdoar também a esta minha filha que há muito tempo eu não aceitava em minha casa.

Comunidade: (As mesmas três pessoas) Senhor, tua Palavra é luz para nosso caminho!

Luis: Nelson, sei que você participou de um grupo racista. O que Ihe fez mudar de opinião?

Nelson: Você lembrou-me um tempo triste da minha vida. Mas, graças a Deus, lendo a Bíblia, no grupo de reflexão da minha rua, aprendi a amar as pessoas sem
distinção.

Comunidade: (As mesmas três pessoas) Senhor, tua Palavra é luz para nosso caminho!

Luis: E você Virgínia, que preside a Associação pelo Matrimônio sem Violência, o que tem a dizer a respeito da Bíblia?

Virgínia: Amigo Luis, posso Ihe afirmar que foi mesmo através da leitura orante da Bíblia que descobri meu lugar junto às mulheres maltratadas no casamento.

Comunidade: (Sempre as três pessoas) Senhor, tua Palavra é luz para nosso caminho!

Luis: Dona Maria, você que vive diariamente em sua casa atendendo a sua família, tem algo a dizer a respeito da Bíblia?

Maria: Posso Ihe afirmar que a fé que tenho em Deus e em sua providência vem do carinho com que leio e rezo diariamente a Sagrada Escritura.

Canto: (Todos os atores). Toda Bíblia é comunicação...

Luis: Como vocês viram, é este mesmo o lugar que a Bíblia deve ter em nossa casa e em nossas vidas. Ela é a luz de Deus em nosso cotidiano marcado por alegrias, mas também por muitos obstáculos. Nela está a sabedoria de Deus que sempre se preocupa em guiar seus filhos. Quando proclamada na assembléia, a Bíblia é o próprio Deus falando para a comunidade dos cristãos.

(Entram todos os participantes e, dando-se as mãos, rezam juntos)

A oração pode ser projetada numa parede

Oração: Pai nosso, vosso Filho Jesus nos ensinou a chamar-vos de Pai e ensinou-nos que a sua Palavra é capaz de transformar o mundo e torná-lo um Reino de igualdade e paz. Despertai em todos os povos, principalmente naqueles que um dia disseram "sim" ao teu chamado, o desejo de ler e meditar as Sagradas Escrituras, encontrando nelas o Espírito vivificador que torna novas todas as coisas. Dai-nos o dom do discernimento e o ardor missionário de que precisamos para anunciarmos a todas as pessoas a Boa Nova da salvação. Amém

Canto (Todas os atores) É como a chuva que lava...

Por: Etoki Caldeira de Amorim
em www.pime.org.br

A Primazia da Bíblia


A “Palavra de Deus” certamente ultrapassa a Bíblia. Pois Deus nos fala também de outras maneiras: pela criação, pelos acontecimentos, pelas palavras e escritos de outras pessoas, etc.

O apóstolo Tiago lembra: “todo dom precioso e toda dádiva perfeita vêm do Alto e desce do Pai das luzes...” (Tg 1,17).

Portanto, não é verdade que “outros livros e reflexões não servem para nada”. A Igreja, mesmo possuindo a Bíblia, continuamente recorre aos escritos dos Santos, aos documentos dos Concílios, aos pronunciamentos do Papa e dos Bispos. Também nas ciências, nas artes, em todos os ramos do saber humano, mesmo em outras religiões, há ensinamentos importantes. Se assim é, de onde vem, então, a centralidade da Bíblia? Ela ainda se justifica?

Sim, para nós, cristãos, a primazia da Bíblia vem do fato de que o Antigo Testamento foi reconhecido pelo próprio Senhor Jesus quando afirmou:

“Não pensem que eu vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas darlhes pleno cumprimento (Mt 5,17)”. Quanto ao Novo Testamento, os evangelhos e as cartas dos Apóstolos são o testemunho dosque viram e ouviram o Senhor, cujas palavras jamais passarão (cf Mt 24,35). Por isso, mesmo reconhecendo que “os outros livros e reflexões” são úteis, continuamos reconhecendo a Bíblia como fonte primeira de nossa fé.

Uma questão importante, que é preciso entender bem, é a da Inspiração. Nós reconhecemos e proclamamos que a Bíblia é inspirada por Deus. Só a Bíblia? O que é mesmo Inspiração? Inspiração é a ação do Espírito Santo, que inspirou os autores da Bíblia. Eles foram homens e mulheres que falaram movidos pelo Espírito Santo (2Pd 1,21).

Desta forma, Paulo afirma:

Toda a Escritura é inspirada, e útil para ensinar, para corrigir... (2Tm 3,16).

Portanto, o Espírito Santo iluminou e moveu aqueles homens para que escrevessem “tudo e só aquilo que, para a nossa salvação, Ele quis que fosse escrito” (Dei Verbum, n.º 11). Por isso mesmo aqueles livros foram “canonizados”, isto é, reunidos num “cânon”: é a inspiração especial que podemos chamar de “escriturística”.

Há, porém, a inspiração profética, para falar em nome de Deus; a inspiração carismática que animava os Juízes e Reis do Antigo Testamento e anima os pastores da Igreja e os líderes da sociedade hoje; e, no dia a dia, a inspiração dos poetas, dos artistas, dos escritores, etc.

A Inspiração, portanto, como ação do Espírito Santo, é ampla, abrangente, universal, desde aquele “pairar do Espírito sobre as águas” do qual fala o início do livro do Gênesis (Gn 1,2), enquanto a inspiração “escriturística” especial é aquela que reconhecemos somente nos livros da Bíblia.

É interessante, igualmente, notar a analogia entre a Encarnação, o fato de que a Palavra de Deus se fez “carne” e habitou entre nós (Jo 1,14), e a “librificação” da mesma Palavra que, dirigida a nós tantas vezes e de tantas maneiras, a nossos pais na fé, pelos profetas (Hb 1,1), foi redigida e tornouse o Livro por excelência, que nós chamamos de “Bíblia”.

Isto, porém, não nos leva a deixar de dar o devido valor aos outros livros e reflexões que, naquilo que têm de bom e verdadeiro, são também, a seu modo, inspirados por Deus.

Teatro: Bíblia - Descobrindo um sentido


Descobrindo um Sentido - Teatro para o mês da Bíblia

Personagens: Personagem 1 (P1), Personagem 2 (P2). Jovem, Dr. Tudo Sabe, Dr. Sabe Tudo
Material: Bíblia e música de fundo
Música:

(Entram os dois...)

P1: Num distante lugar, onde não sorriam os lábios.

P2: Onde não brilhavam os olhos.

P1: Onde não cantavam as vozes.

P2: Havia uma pessoa...

P1: Passava a maior parte de sua vida a pensar.

P2: Já pensara sobre tudo: o sol... a lua... a terra... as árvores...

P1: Só não pensara sobre sua própria vida.

P2: Quando o fez pela primeira vez, entrou em depressão.

P1: Percebera que, até então, havia sido um inútil.

P2: Um inútil.

Música:

(Entra o jovem e senta. Em seguida, entram Dr. Tudo Sabe e Dr. Sabe Tudo. O jovem levanta e começam o diálogo.)

Dr. Tudo Sabe: O que faz você aí, com olhar tão preocupado?

Dr. Sabe Tudo: Deixa o tempo correr, sem ter nada para fazer?

Jovem: Faço aquilo que sempre fiz: pensar. Só que, de tanto fazê-lo, tornei-me um inútil.

Dr. Tudo Sabe: É... pensar demais não é muito
bom. (Sentando)

Dr. Sabe Tudo: (Sentando) Minha mãe já dizia: “quem pensa não casa, quem casa não pensa”.

Jovem: O meu caso não é este não...

Dr. Tudo Sabe: Mas nós...

Dr. Sabe Tudo: Mas nós sempre temos resposta para todos os problemas.

Dr. Tudo Sabe: Isso mesmo, jamais erramos!

Jovem: Mas, afinal, quem são vocês?

Dr. Sabe Tudo: Dr. Sabe Tudo e Tudo Sabe!

Dr. Tudo Sabe: Ao seu dispor!

Jovem: Meu problema é existencial. Tudo começou quando passei a refletir sobre a miséria do mundo.

Dr. Sabe Tudo: Ah, os pobres são a causa do seu problema?

Dr. Tudo Sabe: Simples! Mate a todos e seu problema acabará.

Jovem: Isso não resolveria nada! Comecei também a observar a falta de fé, que a cada dia diminui nas pessoas. As igrejas com pouca gente...

Dr. Sabe Tudo: Claro, claro! Para acabar com as igrejas basta fazer uma coisa.

Dr. Tudo Sabe: Explodi-las todas.

Jovem: Vocês não estão ajudando em nada.

Dr. Sabe Tudo: Quem sabe um de nossos livros o ajude.

Dr. Tudo Sabe: Temos aqui um livro de química, matemática, geografia, história, uma bíblia...

Jovem: Uma bíblia? Alguém já me falou sobre este livro...

Dr. Sabe Tudo: Gostou? Pode ficar. Olha, a gente tem que ir andando (levantando).

Dr. Tudo Sabe: Qualquer probleminha, chame os doutores Tudo Sabe e Sabe Tudo. E nós resolveremos o seu problema.

Jovem: Valeu pelo presente. Muito obrigado. É, meio loucos, mas eram simpáticos.

(O Jovem senta num canto e fica lendo a bíblia.)

Música:

(Retornam os Personagens 1 e 2)

P1: Aquele livro não mudou a vida do Jovem da noite para o dia.

P2: Porém, ajudou-o a tomar uma decisão.

P1: A decisão de ser resposta para muitos dos problemas no mundo.

P2: E tudo a partir de uma mensagem que ele leu em certo momento:

Jovem: (Na frente, com a Bíblia) “Se queres ser perfeito, vende o que tens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me!”.

Música:

(Durante a música, a bíblia é colocada num lugar de destaque. Se for à noite, seria bom focalizar uma luz para ela. Em seguida, apresenta-se o jogral que segue.)

P1: Não é estranho que uma nota de R$ 10,00 “pareça” tão grande quando ajudamos um pobre e tão pequena quando gastamos nas lojas?

P2: Não é estranho que pareça tão demorada uma hora quando servimos a Deus, mas tão rápido o tempo quando assistimos a um jogo de futebol?

Jovem: Não parece estranho que pareça interminável uma hora na igreja e passe tão rápido um filme de duas horas?

P1: Não parece estranho como muitas vezes as pessoas buscam os assentos da frente para aparecer, e como se colocam sempre nos últimos assentos para sair rápido da igreja?

P2: Não parece estranho o quanto seja difícil ler um capítulo da Bíblia, e quão fácil ler 100 páginas de um romance popular?

Jovem: Não parece estranho quão difícil seja compartilhar com os outros a Palavra de Deus, e quão fácil é contar uma piada ou coisa semelhante?

P1: Não é estranho que muitos pretendam ir ao céu, sem se esforçar para merecê-lo?

P2: Não parece estranha a facilidade com que acreditamos nos jornais e na televisão, mas questionamos o que afirma a Bíblia?

TODOS: Mas nós acreditamos firmemente na Bíblia. Ali (apontando para a Bíblia) estão as palavras da vida.

Música:

(Entram todos os participantes e se despedem do público.)

Por: Pe. Sérgio Jeremias de Souza
em www.pime.org.br

Quem tem mais poder: Deus ou o demônio?


*Texto de nossos irmãos lusitanos.

Quem tem mais poder: Deus ou o demônio?

Diante de tanto mal que acontece no mundo, o que pensar?
Habitualmente, o mal dá mais nas vistas do que o bem.
Uma dor de cabeça é o suficiente para nos queixarmos de que não temos saúde. Esquecemos que a maior parte do tempo vendemos saúde.
Uma só nódoa na roupa nova afeta-nos. Nem nos lembramos de que a roupa é nova e de que não nos falta roupa para nos cobrirmos.
O bem no mundo é muito superior ao mal, porque a bondade de Deus é infinita, enquanto que a perversidade, sendo abundante, é limitada.
No entanto, temos que estar muito atentos para constatarmos o mal no mundo, para não cairmos nas frequentes tentações do demônio e para percebermos a sua sutileza.

Noutros tempos, o ataque aos Cristãos era mais frontal.
Hoje em dia, somos tentados de forma discreta a consumir mais, a pensar mais em nós, a não ter tempo para Deus nem para os outros, a não dar espaço a Deus no coração, nas Escolas, nos Hospitais.
Desde o inicio de Portugal, a Igreja tem tido um papel determinante na edificação da sociedade, para bem da Nação.

Atualmente, é negada a presença da Igreja junto das crianças, dos doentes, ou dos presos.
Está na hora dos cristãos mostrarem com garra que nenhum sistema de pensamento pode impedir o testemunho cristão.
Evangelho dá à história o sentido da eternidade.
Só Deus pode saciar o desejo de felicidade do coração humano.
A Igreja, divinamente instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo, é fundamental no tecido social. Quem a rejeita, a Jesus rejeita: «Quem vos ouve é a Mim que ouve, e quem vos rejeita é a Mim que rejeita; mas quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou» (Lc 10,16).


In Boletim Paroquial, “Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem – Moita”, Edição Outubro 2007

O justo cai 7 vezes por dia...


“O justo cai sete vezes por dia” (Prov. 24,16)

Nós, humanos, quase todos os dias caímos e nos levantamos. São pequenos ou grandes tombos. Mas, nenhum de nós quer ficar caído. E, quanto mais nos afastamos do caminho de Jesus, mais corremos o risco de cair. É um fato!

“Não há homem que não peque.” (Ecl. 7,21)

E, por isso, mudamos o caminho e nos perdemos. E, o pior, muitas vezes atrapalhamos também o caminho do irmão, desviando-os para um caminho torto, onde esperamos obter menos cobrança, mais alegria, mais realizações.

Foi assim o pensamento daquele filho que pediu seus bens ao Pai e foi viver sua vida, esbanjando e curtindo as maravilhas do mundo. Assim é conosco.
Quanto mais distantes do plano que nosso Pai maior nos traçou, mais perto do pecado e dos erros estamos.

Porém, assim como o Pai da história do filho pródigo, Deus sempre se coloca na posição daquele que nos espera no caminho da volta.

O caminho da volta é o sacramento da penitência! É o pedido de perdão.

E, hoje queria chamar a atenção para alguns aspectos deste sacramento que, às vezes, parece ser banalizado, sem sentido e sem verdade para algumas pessoas.

Ora, os sacramentos, TODOS ELES, foram instituídos pelo próprio Jesus Cristo como um meio de aproximação, uma forma de fazer com que seu povo saiba e tenha presente a força vivificante do Senhor Deus, por meio do seu Santo Espírito.

E, esta reconciliação nós, cristãos católicos, encontramos no Sacramento da penitência, onde por meio da nossa iniciativa, buscamos não somente o perdão do pecado cometido. Buscamos também a tentativa de não recair no mesmo erro e de receber uma nova oportunidade de vida.

O próprio Cristo disse àquela mulher que iria ser apedrejada: “vá e não peques mais.” (Jô.8,11)

E, é isso que dizemos no ato de contrição: “Meu Deus, eu me arrependo do meu pecado. Imploro-vos o perdão e vossa justiça. Perdoai-me. Não quero mais pecar.”

O filho Pródigo fez também esse caminho de reconhecimento de seu erro, antes de voltar. E, isso é condição obrigatória para que eu receba o perdão. Eu preciso fazer um exame de consciência, onde eu confronto minhas atitudes com aquelas que eu julgo ser a atitude correta, que muitas vezes foi exemplificada pelo próprio Jesus Cristo.

Ora, se eu me avalio, se eu me julgo, para que eu faça o caminho da volta, eu preciso me arrepender. E, a eficácia do perdão que eu busco está diretamente ligada à verdade do meu arrependimento.
Como eu convivo com muitos evangélicos, e eles estão sempre me questionando sobre nossas vivências, já ouvi de alguns irmãos a seguinte pergunta: ”Não é fácil demais prá vocês católicos, já que vocês dizem ser perdoados por Deus todas as vezes que buscarem este perdão?”

Não. Absolutamente.
Deus não é um juiz manipulável; que podemos enganar; com quem podemos brincar.
E, engana a si mesmo aquele que se julga arrependido e merecedor de perdão sem de fato ter entranhado em si o propósito do recomeço.

“Pai, pequei contra o céu e contra ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho. Portanto, trata-me com a um de seus empregados.” Com esta frase, o filho pecador se despoja de orgulho, de grandiosidade. Coloca-se humildemente aos pés do Pai, implorando ser novamente recebido, não mais como um filho, mas como um empregado.

A reação do Pai, dando anel, festa, roupas novas, é a resposta que merece aqueles que reconhecem VERDADEIRAMENTE suas fraquezas, suas quedas, e se colocam como alguém que precisa muito mais que somente um teto e comida. O que o Homem arrependido de fato pede e implora é o perdão e a possibilidade de RECOMEÇAR.

É esta possibilidade que o sacramento da Penitência nos traz. O Recomeço, forte, sólido, pensado, fundamentado na luz que o amor sem medida do Pai nos dá.

E, é esse perdão que também somos convidados a oferecer aos nossos irmãos na oração do Pai-Nosso: “…perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido…”.

Sou perdoado na mesma proporção em que perdôo! Já pensou nisso? Repetimos isso sempre!!!

Deus, justo e sábio, me impõe a melhor e mais bonita das condições: sou merecedor de perdão se eu também abrir meu coração com misericórdia e souber dar à meu irmão que me magoou, que me ofendeu, que me caluniou, a mesma chance de recomeçar.

Pense nisso
Leve à sério seu recomeço.
Não são todos que têm esta chance!
Um grande abraço.

Ana Lídia Santos

Não O sinto, logo Ele não existe?


Em Agosto passado surgiu uma notícia quase explosiva: Madre Teresa de Calcutá experimentou o silêncio e a ausência de Deus. Algumas vozes ridicularizaram o fato de ela estar a caminho dos altares. Outras diziam: "Como pôde duvidar de Deus se ela não se cansou de fazer o bem?"

Madre Teresa não duvidava da existência de Deus. Em nenhuma das suas cartas, pelo que parece, ela escreve nesse sentido. O que aconteceu é que ela não sentiu, durante muito tempo, um Deus que lhe falasse, que lhe desse soluções para os seus problemas. A única forma como Deus Se expressava era através dos mais pobres com quem ela consumia o seu tempo. Era um Deus ausente na intimidade da oração, mas presente nas chagas de um doente.
Muitas vezes, perante os pobres, os doentes, as vítimas de discriminação e das guerras, gritamos revoltados contra Deus: «Onde estás? Porque nos abandonas?» Foi esta a experiência de Madre Teresa: Deus relacionava-se com ela no silêncio, no sofrimento. Era assim como um amigo que realmente a amava, mas que ela não O via, e isso não queria dizer que Ele deixou de existir ou de lhe querer bem.

Amor exposto no sofrimento

O livro agora publicado revela que Madre Teresa não teve crises mas sim provas de fé. Era um sentimento de uma sede de Deus, de desejar uma maior consolação, uma maior profundidade na sua relação com Ele. Isso era o que a trazia insatisfeita.
Segundo o autor do livro Vem ser a minha luz, que publica as cartas de Madre Teresa, ela vivia numa união com o Jesus do monte das oliveiras, o Jesus da cruz. Aqui Jesus não duvidou do amor do Pai por Ele. Mas ter de enfrentar o sofrimento da morte e da cruz doía no mais profundo do coração. Foi com este Jesus humano, que sofre, que Madre Teresa mais se identificou.

O Jesus dos mais pobres

O sofrimento é tanto maior quando pensamos num Deus todo-poderoso, que podia ser mágico e com um estalar de dedos mudar tudo. Mas o Deus de Jesus não é assim. Ele quis precisar de nós, das nossas mãos, dos nossos pés, da nossa boca, do nosso coração para chegar a todos. Madre Teresa viveu este Jesus nos mais pobres, nos que sofrem, nos que ninguém ama nem liga. Isto definia também o carisma do seu trabalho e de todos os que a seguem: não é a magia que salva o mundo, mas o amor.
Era neste Jesus que ela encontrava a força para toda a sua vida de entrega aos outros. E estava segura que Jesus sofredor lhe pedia este testemunho de não se sentir só, mesmo que sentindo a ausência da manifestação de Deus. Escreveu ela numa das cartas ao seu diretor espiritual: «Não, padre, não estou só, tenho a Sua escuridão, tenho a Sua dor, tenho uma terrível nostalgia de Deus. Amar e não ser amado, eu sei que tenho Jesus na união que não foi quebrada, a minha mente está fixa n'Ele e só n'Ele.»

Uma ausência presente

Madre Teresa não via Jesus, parecia-lhe que Ele estava ausente no triste destino dos pobres de Calcutá, mas acreditava que Ele estava lá. Diz ela numa das suas cartas a Jesus: «Jesus, ouve a minha oração, se isso Te agrada. Se a minha dor e sofrimento, a minha escuridão e separação te dá uma gota de consolação, faz comigo o que queiras, todo o tempo que o desejes. Não olhes aos meus sentimentos nem à minha dor.»

Santidade é para todos

O grande exemplo de vida de Madre Teresa em obras de caridade e agora o seu caminho espiritual vem recordar-nos alguns pontos essenciais para a nossa vida de fé como cristãos:
1. Que a vida do cristão não se pode resumir apenas a umas quantas rezas e orações. A vida espiritual em Jesus é um caminho de altos e baixos, um processo nunca acabado de descoberta de Deus na nossa vida. E, ao mesmo tempo, vivida em gestos concretos de amor e caridade.
2. Que não é preciso esperar por uma revelação ou uma intimidade grande com Deus para poder fazer o bem que Jesus pediu. Como dizia Jesus, o Reino de Deus está próximo, como se estivesse à "mão de semear"… (cf. Mc. 1,15). Quem pensar que precisa primeiro de uma fé clara e sem dúvidas para começar a trabalhar pelo Reino de Deus, bem pode esperar sentado porque isso nunca virá.
Madre Teresa será sempre exemplo para nós.

Por: Filipe Resende
Missionário Comboniano
em www.cristojovem.com

Sonhar é um eficiente método contraceptivo para jovens


"SONHAR É um eficiente método contraceptivo para jovens -é o que está demonstrando uma experiência realizada com 10.896 alunos de 24 escolas em 14 cidades paulistas.

Desde 2004, esses alunos passaram por oficinas de prevenção da gravidez precoce, nas quais são convidados, por meio de jogos, a projetar seu futuro profissional. A partir daí, eles devem imaginar como seria esse projeto caso tivessem um filho precocemente. Numa das simulações, as adolescentes colocam um balão debaixo da camisa para que se produza a sensação de gravidez, enquanto, de olhos fechados, entregam-se aos pensamentos.

Neste início de ano, o Instituto Kaplan, responsável pelo projeto, batizado de Vale Sonhar -todas as escolas estão no Vale do Ribeira-, conseguiu medir os resultados da experiência. Verificou-se uma redução de 91% da incidência de gravidez entre aquelas estudantes.

"O que fizemos foi fazê-las perceber o que perderiam se fossem mães fora do tempo", conta a sexóloga Maria Helena Vilela, diretora do Instituto Kaplan, formada em saúde pública pela USP e especializada em psicodrama.

Estamos falando, no Brasil, de estimadas 900 mil mulheres que, a cada ano, se tornam mães precocemente, muitas das quais deixam a escola e se vêem com dificuldade de obter um bom emprego. Há relatórios bem detalhados mostrando uma vinculação direta entre evasão escolar e gravidez precoce.

Provavelmente, essa questão está mesmo relacionada à criminalidade. Uma criança nesse ambiente desestruturado, sem atenção familiar, está mais próxima da marginalidade. Até porque mora em áreas com baixa presença do poder público, escasso policiamento, e nas quais não raro se valoriza ou se teme o crime organizado.

Sair distribuindo camisinhas e pílulas anticoncepcionais ou facilitando o aborto se combate apenas o efeito e faz parte daquele rol de soluções fáceis para assuntos complexos. É o que mostra a experiência do Instituto Kaplan.

Uma das maiores especialistas brasileiras em prevenção de gravidez, Albertina Duarte coletou centenas de relatos de adolescentes que, apesar de informadas e dispondo de métodos contraceptivos, não usavam camisinha. Ajudou a criar, então, centros de saúde para adolescentes em que se trabalha a auto-estima -às vezes até aprendendo a escrever poesias- e se montavam projetos de vida, desenvolvendo um olhar para o futuro. A exemplo do que testemunhou Maria Helena Vilela, logo apareceriam resultados positivos.

Um dado relevante é que tanto os freqüentadores daqueles centros de saúde para adolescentes, como os das oficinas ministradas por professores capacitados pelo Instituto Kaplan, estavam na escola, muitos deles no ensino médio. "Alguém que chegou a esse nível de escolaridade está mais aberto a projetar um futuro e desenvolver um sonho profissional", acredita Maria Helena.

De acordo com o IBGE, as mulheres mais pobres e menos educadas têm, em média, cinco filhos; entre as mais ricas e de maior escolaridade, a taxa é inferior a dois filhos por mãe.

O que se está vendo é que, assim como países, os indivíduos precisam acreditar em sonhos para prosperar -o resto é tão paliativo como imaginar que exterminando futuros pobres, potencialmente futuros criminosos, estaremos numa sociedade mais segura.

De Gilberto Dimenstein na Folha de S.Paulo, 11/03/07

A PJ e o resgate da dignidade humana

“A PJ é a ação evangelizadora da Igreja entre os jovens, onde os próprios jovens são protagonistas de sua evangelização, assumindo-se como evangelizadores de outros jovens.”
(CNBB. Marco Referencial da Pastoral da Juventude do Brasil, p. 172)

A pastoral da juventude proporcionou e continua a proporcionar meios específicos para uma realização sócio-político-econômica e religiosa à juventude a partir de suas realidades. Ainda hoje, a juventude é um desafio para a Igreja, para os adultos e para a própria juventude. E quando se fala de pastoral, parece que ninguém os entende suficientemente. Atualmente, parece nos depararmos com uma juventude alheia a realidade eclesial. A Igreja parece não estar respondendo as necessidades dos jovens. No entanto, notamos um crescente número de jovens estabelecendo-se nos mais diversos movimentos eclesiais, existentes hoje.

A juventude, como toda sociedade, traz em si, mesmo que em seu íntimo mais profundo, uma intensa busca para sua realização espiritual. E, em nossa realidade, totalmente fragmentada pela busca, cada vez mais de uma realização particular, onde o hedonismo parece ser uma lei áurea, esta busca se acentua ainda mais. Os jovens de hoje são mais conservadores e estão mais preocupados com suas próprias necessidades e menos abertos a um ideal coletivo do que nas décadas passadas.

A juventude não tem encontrado meios que lhes proporcione a realização de seus objetivos, o que favorece a uma busca incansável de ambientes onde a insatisfação social seja suprida pelos anseios puramente espirituais. Diante dessa realidade, temos a pastoral da juventude, em sua exímia maturidade no trabalho de resgate da dignidade da juventude, presente tanto no meio eclesial, como no social.

“Cuidado particular merecem os jovens, considerando-se a situação que encontram na sociedade de hoje. Ela lhes apresenta uma oferta imensa de experiências potenciais e de conhecimentos, mas não lhes fornece recursos adequados para satisfazer suas aspirações. Além disso, muitas vezes os desvia para caminhos ilusórios de busca do prazer. [...] Grande importância tem uma Pastoral da Juventude, amadurecida e assumida pela Igreja em seu conjunto.” (CNBB, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora, 198).

A pastoral da juventude proporciona ao jovem uma maturação pessoal e comunitária para um autêntico compromisso diante da comunidade e da sociedade. Busca, por meio dos processos de educação na fé, levar os jovens a uma verdadeira conversão e compromisso do anúncio da Palavra. Muitos jovens perderam, ou tem dificuldades para encontrar o sentido pleno de sua existência, e esperam ansiosamente uma “boa notícia” que lhes devolva a alegria de viver e lhes dê oportunidades de construir, com suas energias, uma nova civilização. “A Igreja evangelizadora faz veemente apelo para que os jovens nela busquem o lugar de sua comunhão com Deus e os homens a fim de construir “a civilização do amor” e edificar a paz na justiça...” (Puebla, 1188).

A civilização do amor supõe acreditar que o estilo de vida inaugurado por Jesus e proclamado nas bem-aventuranças é o mais humano e o mais atual. Supõe acreditar que viver o etilo de Jesus, com seus critérios e valores proporcionará mudanças profundas na consciência coletiva da humanidade e fará surgir novas e mais justas estruturas sociais.

A reflexão e a experiência gerada pela Igreja e pela pastoral da juventude, nos últimos anos, nos permitem ressaltar características próprias da civilização do amor que se quer construir. É um projeto de vida para todos os âmbitos do jovem – família, vivência de fé, compromisso sócio-político, cultura, trabalho... É um ideal que vai se caracterizando nos acontecimentos diários que anunciam e fazem acreditar na possibilidade de sua plena realização. É a construção de dinamismos e projetos que transformam, aos poucos, a realidade.

A partir das experiências grupais, os jovens podem impulsionar o nascimento de uma sociedade nova fundada na partilha, na vida comunitária, na sensibilidade diante da dor e da solidariedade para com os mais necessitados, superando isolamentos, egoísmos e indiferenças tornando visível o chamado de Deus a viver autenticamente como irmãos e filhos de um mesmo Pai.

As experiências grupais que a pastoral da juventude propõe oferecem aos jovens é a possibilidade de rejeitar o individualismo, desenvolver um senso crítico abrindo-se ao outro, descobrindo e experimentando o valor do encontro interpessoal e comunitário.

A evangelização dos jovens é um desafio para toda Igreja, não pode ser considerada como um simples processo de transição na vida do jovem. Toda a Igreja deve se comprometer para que, com seu apoio e orientação, os jovens possam crescer e se desenvolver como pessoas. Os jovens precisam conhecer a Jesus, aceitá-lo, segui-lo e se integrar na comunidade, promovendo uma mudança à toda humanidade. A pastoral da juventude é a expressão concreta da missão pastoral da comunidade para com a evangelização dos jovens. É, também, uma boa nova para a Igreja e uma proposta de transformação para as pessoas e para a sociedade.

Esse processo evangelizador é vivido de forma participativa em pequenos grupos ou comunidades nos quais os jovens partilham fé e vida, alegrias e tristezas, reflexões e ações, a oração, tudo o que são e o que querem ser, o que vivem, o que crêem, o que sentem, o que esperam. Nesse processo, tem um lugar privilegiado a apresentação atraente e motivadora de Jesus como resposta aos seus anseios de realização pessoal e suas buscas de sentido da vida.

Júlio César Fernandes - diácono transitório pertencente à Arquidiocese de Sorocaba e Assessor Religioso arquidiocesano da Pastoral da Juventude.

Preparação do grupo para o DNJ

O Dia Nacional da Juventude de 2008 convoca a juventude a pautar as suas razões de vida nos meios de comunicação! Por isso, é importante, nesse tempo de preparação para o DNJ, debater e refletir os meios de comunicação: como funcionam? Quem produz? O que dizem da juventude? Como as mídias podem ajudar a gerar mais razões de vida para a juventude? Como fazer comunicação?

Dom Helder Câmara


Dom Helder Câmara foi, sem dúvida, um marco na Igreja do Brasil dos últimos 50 anos, que com seu exemplo e modo de agir, ajudou a mudar profundamente. Sua influência não se limitou ao Brasil: as numerosas viagens que fez ao exterior, às vezes dificultadas por mal-entendidos das autoridades militares e religiosas, fizeram dele uma figura mundialmente conhecida, amada e não pouco contestada.
Foi um dos idealizadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), organização copiada por bispos de outros países, e seu primeiro presidente. No Rio de Janeiro, atuou como bispo coadjuntor e, em Olinda e Recife, como arcebispo.

"Quando dou de comer aos pobres, chamam-me santo, quando pergunto porque é que os pobres têm fome - chamam-me comunista"

Foi assim que dom Helder resumiu suas dificuldades com as autoridades políticas e religiosas, quando era contestado a propósito de sua obra social e profética em favor de uma maior igualdade e justiça no país e dentro da Igreja. Não raramente se referiam a ele como o "bispo vermelho", especialmente nos duros tempos da ditadura.
Ele desejava uma Igreja mais participativa, orientada para a defesa dos pobres e a favor dos movimentos sociais. Quando foi substituído, em 1985, em seu serviço como arcebispo de Olinda e Recife, retirou-se para viver de maneira simples, coerente, até o fim da vida, com seu posicionamento a respeito da pobreza. Sua batina branca era surrada, celebrava suas missas sem pompas, morava numa casa modesta na periferia da cidade do Recife; dizem que nunca aceitou um convite para comer em restaurantes.
Sua obra, de fato, não o apresenta como teólogo, filósofo ou revolucionário teórico, mas como um pastor, no sentido mais amplos da palavra, preocupado com o bem-estar social e religioso do povo que ele amava.
Sua atuação transformadora começou a se manifestar, quando foi nomeado bispo auxiliar do Rio de Janeiro, aos 43 anos. Além de ter sido um dos fundadores da CNBB (1952), também o foi da Conferência Episcopal latino-americana (CELAM). No inicio dos anos 60, dom Helder dedicou-se à preparação do Concílio Vaticano II convocado por João XXIII.

Um legado de obras sociais

Realizando seus sonhos e suas aspirações de justiça social e caridade, dom Helder deixou várias obras como a Obra do Frei Francisco, criada no Rio de Janeiro; iniciou o Banco da Providência, hoje ampliado, que centralizava doações e as distribuía entre a população pobre. Também criou no Rio de Janeiro um projeto de urbanização de favelas, conhecido como Cruzada São Sebastião.
Em Pernambuco, realizou a primeira experiência de reforma agrária, comprando terras na Zona da Mata e assentando trabalhadores rurais.

Ardente defensor dos direitos humanos

Depois do golpe militar, após um primeiro período de convivência pacífica com o exército, ao ver a violação brutal dos direito humanos com a caça aos chamados comunistas, dom Helder passou a atuar em defesa dos presos políticos e contra a tortura no Brasil, cuja existência o governo militar procurava negar de todas as formas. Foi o período em que enfrentou as maiores dificuldades, mas também de maior projeção no exterior, tendo sido acusado pelos militares e por parte do clero conservador de promover atividades comunistas no País. O religioso passou a ser visto como simpatizante da esquerda e seu trabalho em defesa de uma Igreja mais aberta incomodava o regime militar. Através de documentos secretos, divulgados no livro "Dom Helder Câmara - entre o poder e a profecia", de Nelson Piletti e Walter Praxedes, descobriu-se que o governo Médici (1969-1974) organizou uma campanha contra a escolha do religioso para o Nobel da Paz, indicação promovida pelo episcopado alemão.
O bispo dos pobres soube atrair as atenções de todos os que trabalham e sofrem em favor de uma sociedade mais justa, não importa qual seja seu credo. Por isso, publicamos aqui parte de um artigo de Alexandre Gomes, muçulmano praticante, em homenagem a Dom Helder.


A solidariedade radical de Dom Helder Câmara

Alexandre Gomes

"Todas as revoluções não são obrigatoriamente boas (...) mas a história mostra que algumas eram necessárias e produziram bons frutos". (Dom Helder Câmara)
Pode parecer estranho, e realmente deve ser, que alguém fora do meio católico, ligado a outra fé, se sensibilize com o falecimento desta notável figura humana que foi o arcebispo de Olinda e Recife. Mas é certo que esta estranheza só é realmente estranha a quem não o conheceu.
Ainda que recorrendo ao que provavelmente será um chavão na imprensa nos próximos dias, é impossível não ver o contraste entre a figura meiga e franzina do arcebispo frente a toda a sua força interior. Homem incapaz de conhecer o medo - o que demonstra sobretudo a intensidade da sua fé e a certeza de estar agindo com correção - dom Helder Câmara teve a coragem de enfrentar tanto os algozes do regime militar como as forças conservadoras dentro da hierarquia da qual fez parte.
Jamais perguntou se os perseguidos políticos que defendia eram católicos, protestantes, judeus ou ateus: defendia-os não por um sentimento corporativo, mas sobretudo porque nele os valores humanos - e cristãos - estavam enraizados demais para fazer esta distinção. Alguém já disse que é fácil amar ao amigo, muito mais difícil é amar àquele que nos contesta e dom Helder foi capaz deste amor incondicional, a ponto de colocar a vida e a segurança em risco.
Sua enorme dedicação não condizia com sua figura franzina e humilde. Ele agia não por considerar a ação um mérito, mas porque a tinha no seu íntimo como o dever de um cristão. Não agia para ser louvado como exemplo de cristão, mas porque uma ética profundamente arraigada em seu espírito não lhe mostrava outro caminho senão o que ele tão heroicamente seguiu.
Não tentou jamais ser herói, mas apenas um cristão consciente de suas responsabilidades com a humanidade; mas este desprendimento o fez ainda mais heróico e exemplar. É certamente um dos melhores exemplos que se pode ter de uma figura humana rara para a qual até a omissão - entendida como não fazer tudo que estivesse ao seu alcance pelos seus semelhantes - era um pecado terrível.
Dom Helder foi mais que um símbolo desta luta contra o individualismo, opondo a ele uma solidariedade radical que encarna o sentimento de Misericórdia extrema tão pregado e tão pouco colocado em prática pelas mais diversas fés.
Talvez isto explique porque a figura dele é tão querida até para quem não compartilha da crença cristã, como eu que sou muçulmano. Afinal ele se tornou um símbolo daquela dedicação ao próximo que todos os verdadeiros crentes de qualquer fé só podem admirar como um sinal da Misericórdia de Deus para com os homens.

Fonte: Revista "Mundo e Missão"